A liberdade de uma motóca

Lembro-me da primeira vez que me equilibrei em cima de uma bicicleta, era uma longa descida e eu pulei nela e sai totalmente desequilibrado, algumas pedaladas e buuuummmm tomei chão. Levantei e continuei a pedalar, estava tão feliz que nem percebi o quanto sangrava meu joelhos.

Anos se passaram e consegui comprar minha primeira moto, era uma moto 2 tempos daquelas que ninguém te vê quando tu passas pela rua, mas não por causa da velocidade, mas por que você some no meio da fumaça, no meu primeiro dia com ela andei debaixo de chuva no quarteirão de casa estava tão feliz que nem senti a chuva, pilotei muito ao estilo Vital e sua moto, conheci pessoas diferentes, lugares diferentes,tive alguns ralados no joelho, algumas bobeiras típicas de adolescente, mas o tempo passou, tive moto por prazer e também por opção ao nosso falido sistema de transporte.

Mais alguns carnavais se passaram e adquiri mais experiência, nunca mais houve acidentes, nem incidentes, em cima de 2 rodas passei uma boa parte dos últimos 5 anos, sem machucar, sem xingar, sem agredir. Fui fechado, fui xingado, fui discriminado é verdade sim, quando andamos em 2 rodas somos vistos como marginais e até me acostumei a isso.

Mas o que me chama mais atenção é alguém falar mal de algo que não conhece ou nunca teve coragem de conhecer, morro de medo de altura, não teria coragem de pular de pará-quedas, mas admiro quem o faz, o perigo, a adrenalina é inerente ao prazer.

Pilotar uma moto é algo fantástico, sentir o vento no rosto, a liberdade, o companheirismo de outros colegas, isso não tem preço como dizem em um famoso comercial de cartão de crédito e isso indifere do valor da moto, o único valor que importa é o da amizade, do coração e o da liberdade.

Então não me conformo com a piada de mal gosto do Sr. Ricardo Pipo, para quem está no "Melhores do Mundo" devia ter um pouco mais de tato e bom-senso, aos que não viram, leiam e tirem suas conclusões sobre "A Segurança de uma motóca" , enfim, sejamos engraçados, mas aprendam, vivam a situação, sintam na pele, antes de falar asneiras para meia-dúzia de pessoas aplaudirem.